Este é um texto que eu escreví qd eu tinha 21 anos, estava nocomeço da minha busca espiritual, e até hj continuo nela, ele mostra como temos que matar o que há de antigo e fixo em nós para podermos ver o ''novo'', espero que gostem...
Quem ouve o vento bater nas folhas como dedos tocando harpas ou a chicotear as velas dos barcos, se pergunta; ‘’ De onde ele veio? Pra onde ele irá? Desconhece os caminhos tortuosos que se passa para alcançar o pico das montanhas, este não imagina a escuridão que se passa para encontrar a aurora.
Mas onde está a aurora? Talvez no mesmo local de onde vem o vento, um local chamado distancia , futuro ou desconhecido, chame o como quiser, pois passará o resto de teus dias a procura deste familiar local, que ninguém neste mundo teria o Dom de descreve-lo como você , ninguém o possuiria mais do que você e sequer poderia, Universo que com apenas uma ordem sua pode destruir-se e reconstruir-se mais forte do que nunca.
Este local que alguns levam a vida inteira a ignora-lo eu chamo de meu universo oculto, quem me olha não tem idéia da vida que se passa aqui dentro, do reino vasto e fértil que diariamente progride, de meus súditos que são aqueles que amo, aqueles que muitas vezes não estão mais perto, mais que ainda pertencem a min de forma indivisível , que continuam ao meu lado como sempre estiveram , lutando comigo nas guerras e cantando nas colheitas. Eu não sei se sou uma boa soberana, as vezes ordeno impiedosamente minha própria morte, meu próprio fim, acabo comigo mesma, destruo o meu reino e aqueles que amo com a mesma rapidez que os criei, e faz-se a escuridão, e digo-vos no auge da minha escuridão , quando desconheço a min mesma, surge então a luz mais forte que um anjo já possa Ter visto, quando chega-se ao nada, ao vazio, a tela está pronta, pura para o novo ser impresso; - VENHA COR E MÚSICA, voltem a ordenar em meu reino, façam meu reino ser o que sou, na sua mais bela e mais triste expressão, no corte mais afiado ou no toque mais delicado, eu posso ser suave e inesquecível lhe mostrando os riachos de meu ser, a abundância de amor que minha alma necessita derramar, posso lhe fazer crer em coisas que jamais destes valor ou que tenhas notado, posso me apegar ao detalhe e deixar passar o grande fato. Quer um conselho? Fale com esta soberana e a faça sentir-se um pouco mais humana, peça-lhe a chave de seu mundo, mas não deixe que ela pessoalmente o mostre, podes não sair, e como um afogado perderás os sentidos e mergulharás no vazio ou na plenitude do ser desta soberana, peça-lhe a chave mas de o teu esforço, mostre-se um cavaleiro fiel, um guerreiro imortal, uma amigo sereno, abra porta por porta, gire a chave e esqueça o que está antes e não concebas um futuro.
Que estranha mulher, que criatura solitária! Ninguém a conhece, ninguém lhe dirá que a viu, ninguém a informará a seu respeito, vivia em seu jardim adormecida entre as promessas ilusórias, cercadas pelos seres que habitam a natureza, os espíritos das arvores e do vento...
A noite, fadas cochichavam entre sí, se manteriam o feitiço por muito tempo, riam-se daquela menina que tudo desconhecia além de seu jardim, que para ela era o Universo,, não seu ‘’ universo oculto’’ pois ele estava adormecido junto com ela, esperando...
Será que temos a mínima idéia de como nossa limitação, que é na realidade o muro de nosso universo oculto, nos impede de vermos o infinito? Achamos que nosso vasto universo oculto jamais será pequeno para nos mesmos, achamos que jamais será descoberto por desbravadores ou por estranhos insensatos. Até que por não conhecermos nosso próprio universo oculto, desaprendemos a caminhar nele, a saber a hora certa de plantar, esperar ou lutar, apenas esperamos que alguém o faça e faça bem feito, não ouse nos decepcionar, afinal normalmente turistas reparam, gostam e descobrem coisas que os nativos não observaram.
Ela por um segundo não morreu, por vários segundos parou de respirar, ela estava morrendo, seu universo oculto se desfazia, as estrelas de seus olhos não brilhavam, ela não sabia mais quem ela era e o que era, seus pedaços estavam espalhados vagando na imensidão sem destino e sem fim.
Para vivermos, precisamos diariamente matar a fé cega, precisamos quebrar o mundo que nos circunda e nos impede de sair e não deixa o ar purificado entrar.
Afinal o que somos? Criaturas passivas perante o seu próprio destino? Cegas e atadas por nossas próprias vontade? Conchas levadas pelo mar que não sabem onde vão parar.
Meu jardim foi devastado, e apesar de diversas vezes reformado, nada esta como foi criado.
Abri meus olhos e o que ví chamava-se Realidade. Mas quem? Quem és tu que em meu jardim faz névoa, que em meu jardim escondes o sol? Que em meu jardim não me deixas ver a tranqüila vida daqueles que não conhecem o sofrer, e ela me respondeu com a voz sem emoção, com a voz experiente de quem não tem o que perder ou o que ganhar.
‘’- A vida não é teu jardim, a vida está além dos muros que te cercam e nem os seres e nem as coisas que vivem aqui pertencem a tí, tens um nome, tens um destino a seguir , e o que fazes? Gasta teu tempo em torno de tí, e teu jardim não é jardim, e tuas flores não passam de ervas daninhas, que por sua visão vaidosa pensas que são flores...Aí de mim se eu tivesse que reconstruir o teu jardim, aí de tí se tivésseis os meu olhos, pois não verias nada, nenhum jardim. Desistas de tí, se quiserdes o NOVO, ou morres por ti se preferirdes o velho, sempre estive aqui e por que não me vistes?
- Minha alma está nua de vivências, eu disse. Despida de consciência. Então o anjo triste da realidade abriu os portais para que em busca da consciência eu fosse, em busca de mim mesma.
Eu não tinha mapa nem guia, mas conhecia o caminho.
Um comentário:
Interessante o blog!
Voltarei mais vezes.
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