domingo, 8 de fevereiro de 2009

Saudade


Eu convivo diáriamente com um sentimento melancólico chamado saudade, dizem que em nenhuma outra língua esta palavra é tão bonita, eu entendo bem sobre isso... a beleza de um sentimento que não nos deixa.

Eu sempre estou com saudade, saudade de pessoas vivas, saudade de pessoas que já foram, saudade de pessoas que estão perto e voltarão logo e outras que estão longe e que não vejo a hora de ve-las, saudade de pessoas que ainda estão por aqui, mas que sei que não as verei mais.

Este último tema eu lido muito bem, pessoas maravilhosas passaram pela minha vida e tenho boas, excelentes recordações, mas sei que não nos veremos mais por inúmeros motivos, passaram os momentos que deveriamos estar juntos e as escolhas não foram as mesmas...

Quantos amigos,quantas pessoas lindas foram para longe dos meus olhos, e estão tão presentes com suas vozes em meus sonhos, que não me deixam esquecer delas nunca.

Existe a saudade atordoante do amor, ela é mesclada com paixão e chega a nos faltar o ar, esta eu também sinto constantemente, eu não posso ter vc ao meu lado como eu gostaria e isso me traz uma dor atroz, espero que o destino nos permita me breve esta felicidade, a felicidade de ver os teus olhos...como é possivel olhar para seus olhos e ver o meu interior... e longe de vc a saudade por mim aumenta cada dia mais...

Eu também sinto uma saudade estranha, de algo que não ví, que não conheço, saudade de vivencias grandiosas, de cavalos alados, saudade de fadas, saudade de amores que não me lembro, coisas que sabemos que vivemos mas que estão guardadinhas lá em um subconciente que teima em esconder o que esta submerso na profundidade de uma mente.

Eu entendo bem a saudade, pois quando gostamos de algo, alguém, imediatamente nos subdividimos e passamos a pertencer um pouco a ela/aquilo, e quando isso vai embora ou está longe sentimos falta daquele nosso pedacinho, tão amado, tão distante.

Eu sempre estou com saudade e esta dor se modifica constantemente, não sei se morreria de saudade, mas não viveria sem este sentimento porque me apego conscientemente as pessoas, mas não as coisas, tenho pouco apego a objetos, mas grande a pessoas.

Acredito que a pessoa mais só do mundo é aquela que não possui saudade, ela na realidade nunca teve outra pessoa, nunca pertenceu a ninguém ou a um lugar, e a ausencia de saudade é a solidão mais maldita que uma pessoa pode ter...

A saudade nos explica muito sobre a vida, sobre os seus ciclos e principalmente, muito sobre nós mesmos em como lidamos com vários tipos de ausencia, faltas gigantescas e outras insignificantes , e estas faltas são nossos futuros passos para buscar este conteúdo, para que não morramos de saudade, para que não morramos por não saber viver ou amar.

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